Olááááá,
Hoje
temos resenha da primeira obra que eu li do autor Joe Hill. Eu gostei bastante,
e pretendo ler outras.
Amaldiçoado
- Joe Hill
Título
Original: Horns
Gênero:
Suspense
Editora:
Arqueiro
Número
de Páginas: 320
Ano:
2015
Sinopse:
Ignatius Perrish sempre foi um homem bom. Tinha uma família unida e
privilegiada, um irmão que era seu grande companheiro, um amigo inseparável e,
muito cedo, conheceu Merrin, o amor de sua vida. Até que uma tragédia põe fim a
toda essa felicidade: Merrin é estuprada e morta e ele passa a ser o principal
suspeito. Embora não haja evidências que o incriminem, também não há nada que
prove sua inocência. Todos na cidade acreditam que ele é um monstro. Um ano
depois, Ig acorda de uma bebedeira com uma dor de cabeça infernal e chifres
crescendo em suas têmporas. Além disso, descobre algo assustador: ao vê-lo, as
pessoas não reagem com espanto e horror, como seria de esperar. Em vez disso,
entram numa espécie de transe e revelam seus pecados mais inconfessáveis. Um
médico, o padre, seus pais e até sua querida avó, ninguém está imune a Ig. E
todos estão contra ele. Porém, a mais dolorosa das confissões é a de seu irmão,
que sempre soube quem era o assassino de Merrin, mas não podia contar a
verdade. Até agora. Sozinho, sem ter aonde ir ou a quem recorrer, Ig vai
descobrir que, quando as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se
torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim.
Amaldiçoado
é um suspense que foi escrito por Joe Hill, e publicado pela editora Arqueiro.
Em 320 páginas, Joe Hill com toda a maestria herdada do pai, desenvolve lições
de psique humana, mostra a influência de pensamentos, e destaca como as pessoas
podem acusar as outras, sem qualquer argumento, independente de ser ou não
inocente, muitas vezes, pessoas são julgadas, por simplesmente “não irmos com a
cara”.
"Quando
amamos uma pessoa colocamos as necessidades dela acima das nossas. Por mais
inconcebíveis que fossem tais necessidades, por mais loucas, por mais que nos
despedaçassem."
Uma amiga
um dia falou: “Esse livros é daqueles que a gente ama ou acha mais ou menos”.
Eu amei! Ig Perrish é um garoto desengonçado, que desde a pré-adolescência
nutre um sentimento bonito por Merrin, até que um dia, já namorados, a moça é estuprada
e morta e Ig por já ter uma relação próxima com ela, é o principal suspeito. Porém,
sua família rica e a falta de provas fazem com Ig fique fora da cadeia. Um ano
depois do acontecido, Ig ainda não se conformou com a morte da sua amada, entretanto
acaba matando a “saudade” com Glenna, até que depois de uma noitada, regada a
muita bebida, Ig, acorda com uma grande ressaca e um imenso par de chifres na
cabeça, e mais estranho que isso, os chifres desenvolvem um efeito “confessionário”
que faz com que as pessoas ao seu redor desabafem coisas absurdas e horrores.
Pode parecer legal saber o que as outras pessoas pensam, mas Ig ouve diversas
acusações contra ele, de pessoas da rua e de seus familiares. É a partir deste
momento, que o demônio interior acorda em Ig, e ele usará o seu poder para
descobrir o verdadeiro assassino da sua amada, e para sua imensa decepção,
descobre que seu irmão tem informações que poderiam ter livrado Ig de toda a
difamação que ele sofreu, como citação ao Jardim do Éden e deixando de lado as
metáforas, até as cobras o seguirão.
"Agora que havia se acostumado, preferia
ser um demônio. A cruz era um símbolo da mais típica condição humana: o
sofrimento. E Ig estava cansado de sofrer."
Joe
Hill construiu um enredo fascinante com doses exatas de suspense que muitas
vezes me deixou horrorizado com atitudes de alguns personagens, e doses essenciais
de humor, onde diversas vezes me peguei rindo com Ig. Inicialmente, Ig pode
parecer um cruel, mas quando paramos para pensar, em tudo que foi jogado sobre
a cabeça dele, suas atitudes são maleáveis.
Diversos
depoimentos recebidos por Ig são hilários, por exemplo, uma criança arretada
que diz ter vontade de colocar fogo na mãe – isso foi como cócegas no grupo de
leitura – a avó que diz ter vergonha do
neto e acaba estrepada na cerca. Enfim, o livro pode não cumprir totalmente sua
tarefa de ser um suspense, mas não deixa de ser magnífico.
O
autor se desafiou no momento que escolheu trabalha com a mente humana, e
escancarar que seres humanos são capazes de barbaridades para ter o que querem.
Um
ponto de grande discussão no grupo de leitura, foi a construção dos personagens
e a forma com que cada um deixa seu significado na trama. Glenna, a amiga que
por muitas vezes ficou com Ig, é o tipo de pessoa que não ama a si mesmo e vive
jogado ao vento, Terry é o irmão de Ig, que é o estopim para o descobrimento
dos horrores, um policial que pode parecer irrelevante, mas que usava a homossexualidade
como xingamento, mas que acabou revelando sua verdadeira fantasia sexual para
Ig.
A
obra é bem sedutora, que equilibra pontos de suspense, horror, humor e romance,
deixando uma carga de indagações no leitor. A capa caracteriza bem a pegada do
livro, não foram encontrados erros de revisão, a diagramação é bem simples e
tudo é muito agradável. Foi uma leitura bem tranquila.
“Ig
riu ao ouvir isso. As coisas que as pessoas falam. A facilidade com que mentem,
para os outros, para sim mesmas.”
É surpreendente
saber que inesperadamente, uma outra personalidade pode despertar dentro de
cada um de nós.
Veja
a resenha de Ana, do Chalé Cult que participou da leitura: AQUI
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